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13/04/2013

A relação do câncer com as drogas ilícitas


A relação do câncer com as drogas ilícitas



Autor: DR. THIAGO MARQUES FIDALGO


São amplamente divulgados os malefícios e a relação do consumo do álcool e do tabaco com o desenvolvimento do câncer. Porém, pouco se fala sobre quais os impactos da dependência de drogas ilícitas em relação a essa doença. Cada droga afeta o corpo humano de uma maneira diferente. A ação de cada uma delas vai depender de uma série de variáveis. O que todas elas têm em comum é o fato de causarem dependência; ou seja, todas agem em uma determinada região do cérebro, liberando dopamina e gerando prazer, o que faz com que alguns indivíduos não tenham controle e busquem sempre mais aquela substância.

Segundo Dr. Thiago Marques Fidalgo, do Núcleo de Psico-Oncologia do A.C.Camargo, as drogas podem ser divididas em três grupos: os depressores do sistema nervoso central, os estimulantes e os perturbadores. Os depressores, como o próprio nome diz, deixam a pessoa "para baixo, desaceleram", tiram a ansiedade. É o caso do álcool e dos solventes, como a cola, por exemplo. Já os estimulantes fazem o contrário, deixam a pessoa "ligada, para cima, agitada, se sentindo poderosa". Aumentam a pressão arterial e a frequência cardíaca, como a cocaína e o crack, além das anfetaminas. Por fim, temos os perturbadores, que alteram a forma como a pessoa percebe a realidade, podendo gerar alucinações e delírios. Nesse grupo entram a maconha e os cogumelos.

A relação dessas drogas com o câncer depende do tipo utilizado, explica o psiquiatra. "Na verdade, existem poucos estudos sobre a influência das drogas ilícitas no surgimento de cânceres por uma questão de saúde pública. O cigarro e o álcool são, sem sombra de dúvida, as drogas mais utilizadas em nossa sociedade. Dessa forma, são as com maior impacto sobre a saúde das pessoas e, por isso, as mais estudadas", afirma.

A cocaína inalada aumenta o risco dos tumores de cabeça e pescoço, com destaque para as lesões de nasofaringe. Além disso, afeta a traquéia e os pulmões, já que o pó e, principalmente, as impurezas que vêm com ele, se acumulam nos alvéolos e geram inflamação local. O mesmo se observa com o crack, mas que, por ser fumado, costuma gerar mais lesões de orofaringe. A maconha tem influência no desenvolvimento de tumores das vias aéreas, muito semelhante ao cigarro.

Faltam estudos também para confirmar se ainda há riscos do surgimento de câncer para os ex-usuários de drogas. "Provavelmente o risco diminui após um longo período sem fazer uso da substância. No entanto, esse risco sempre vai ser maior do que o de uma pessoa que nunca usou drogas. O mesmo se observa com o cigarro e com o álcool. Depois de muitos anos de abstinência, o risco diminui muito, mas continua sempre um pouco maior que o da população em geral", afirma Dr. Thiago.

O tratamento do usuário de droga que desenvolve câncer deve ser global, ou seja tratar paralelamente o câncer e a dependência da droga. No entanto, existem poucos centros no mundo que fazem esse tipo de tratamento combinado. Nesse sentido, o A.C.Camargo tem sido inovador, ao focar na questão da dependência durante o tratamento oncológico. Os estudos mostram que abordar a questão da dependência no momento do diagnóstico do câncer aumenta a aderência a ambos os tratamentos, e as chances de sucesso. Vale ressaltar que o envolvimento da família em ambos os casos é fundamental.


Retirado de: ACCAMARGO, para ver o artigo clique aqui.

20/02/2013

Óxi e seus efeitos devastadores


Seis efeitos devastadores do óxi

Droga leva pasta base de cocaína, cal virgem e querosene em sua composição


Alline Menegueti
Pedras de óxi na Polícia Federal de Rio Branco, no Acre (Regiclay Alves Saady )

O óxi, nova droga que está se espalhando pelo Brasil, é ainda mais nociva que o crack. Por sua aparência amarronzada, já foi definida como ‘rapadura do diabo’. Sua composição, que leva cal virgem e até querosene, dá uma ideia do poder devastador e tóxico que possui.
"Ainda não deu tempo de avaliar o real efeito nocivo da droga, contudo, sabe-se que é intenso", diz o psiquiatra Thiago Fidalgo, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes do Departamento de Psiquiatria (PROAD) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e do Ambulatório de Dependência Química do Hospital AC Camargo.
Especialistas acreditam que a devastação se inicia um minuto após o consumo. Internamente, a droga devasta o sistema nervoso central, o coração, o pulmão e o fígado. O menor dano causado no dependente é o envelhecimento precoce causado pela perda de colágeno.
"Suas substâncias químicas causam mais dependência com um custo relativamente inferior”, diz Fidalgo, referindo-se ao valor da pedra do óxi, menor que a do crack. A dependência, porém, cobra caro do organismo, causando danos muitas vezes irreversíveis, como problemas cognitivos e até morte súbita.
A droga é responsável pela ativação excessiva do sistema nervoso central, o que provoca morte de neurônios. Com o decorrer do consumo, a droga altera as funções psicomotora e cognitiva, causando perda contínua de memória, problemas de concentração, irritação e insônia, além do risco de desencadear transtornos psiquiátricos em pessoas com predisposição.
O uso contínuo da droga pode levar a uma perda de sensibilidade dos neurônios à dopamina— importante neurotransmissor no cérebro responsável, entre outras coisas, pela sensação de prazer. A ação da droga no cérebro faz com que a dopamina se esgote, causando os sintomas depressivos após o uso do óxi.
O risco de AVC (acidente vascular cerebral) é grande entre os dependentes, já que a droga provoca aumento da pressão arterial e diminuição do fluxo sanguíneo cerebral.
A aceleração cardíaca constante, gerada pela droga, aumenta a frequência respiratória e cardíaca, resultando no desgaste do coração. Os vasos sanguíneos também sofrem com o efeito corrosivo. Com o coração trabalhando de forma mais intesa e com menos fluxo de sangue, o resultado pode ser um infarto ou mesmo morte súbita. A combinação explosiva entre cocaína fumada e querosene intensifica a toxicidade da droga e aumenta o risco da morte súbita.
Aqui, tudo começa pela boca, mas as lesões causadas pelo calor e pelos componentes químicos tóxicos da fumaça do óxi se estendem por todo o sistema respiratório e podem levar, inclusive, à indução de tumores cancerosos.
A fumaça corrosiva leva à destruição do tecido pulmonar. Além disso, as repetidas lesões causadas pelas substâncias químicas deixam as portas abertas para eventuais infecções, aumentando o risco de pneumonia ou mesmo tuberculose.
Artigo retirado da revista Veja, para acessar, clique aqui.

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