Tradutor (incluindo Português)

15/03/2013

Alcoólicos Anônimos: É preciso dar mais do que doze passos


É preciso dar mais do que doze passos

Um estudo conclui que, sozinho, o método preconizado pelos Alcoólicos Anônimos para livrar dependentes da bebida tem pouca eficácia.


Kalleo Coura
Foto Marcos Hermes
"SÓBRIOS SÓ POR HOJE"
O tratamento do AA baseia-se no apoio de outros dependentes e na força de vontade, exercício que tem de ser diário
Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo traz uma boa e uma má notícia para dependentes de álcool que decidiram apostar em grupos de autoajuda para livrar-se do vício. A boa notícia é que entre os dependentes que frequentam ao menos duas vezes por mês as reuniões dos Alcoólicos Anônimos (AA), o mais conhecido desses grupos e objeto da pesquisa da Unifesp, 45% conseguem ficar abstêmios por seis meses, período mínimo necessário para considerar o resultado do tratamento satisfatório. O problema é que menos de 19% dos que lá ingressam mantêm a assiduidade exigida - o que conduz à segunda notícia: as chances de uma pessoa conseguir parar de beber por meio do ingresso no AA são as mesmas de quem tenta fazer isso sem ajuda nenhuma. Em outras palavras: o AA, segundo o estudo da Unifesp, não funciona - ao menos não sozinho.
Para conduzirem o estudo, pesquisadores do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Unifesp acompanharam durante meio ano 257 dependentes de álcool que foram encaminhados ao AA. No fim desse período, apenas 49 haviam comparecido aos encontros pelo menos uma vez por mês. A "falta de identificação" com o método foi a resposta mais citada pelos desistentes, mas o "ambiente pesado" das reuniões, justificado pela recorrência de relatos considerados "depressivos", também foi mencionado com frequên-cia. A barwoman Renata (nome fictício), de 41 anos, dependente de álcool desde os 26, conta que não conseguiu ir a mais do que quatro encontros do AA. "Minha vontade de beber, em vez de diminuir, aumentava com as sessões", diz ela. "As pessoas só falavam em álcool durante uma hora e as histórias eram sempre tristes. Um dia, saí de lá e fui direto para o bar", conta. A incapacidade de reter os frequentadores é o principal problema do AA, segundo o estudo do Proad, mas não é o único.
Foto: Lailson Santos
EFEITO INVERSOA barwoman Renata foi a quatro encontros do AA e desistiu: "Minha vontade de beber aumentava em vez de diminuir"

De acordo com o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Proad, o método dos Alcoólicos Anônimos é particularmente ineficaz para duas categorias de alcoólatras: os que têm dificuldade de falar em público, uma vez que a verbalização da doença está na base do tratamento da associação, e os que sofrem de algum tipo de problema psiquiátrico - caso de três em cada quatro dependentes de álcool, afirma ele. Na origem da segunda incompatibilidade está o fato de que, não tratado, o distúrbio psiquiátrico torna a abstinência um objetivo bem mais difícil de atingir. 
Tome-se o exemplo de alguém que sofre de depressão ou fobia social. Se ele estiver habituado a recorrer a um copo bem cheio para amenizar a intensidade da tristeza ou a dificuldade de se relacionar com as pessoas, terá mais problemas para livrar-se da bebida. O representante comercial Eduardo (nome fictício), de 40 anos, além do alcoolismo, sofria de depressão e transtorno obsessivo-compulsivo. Participou de cinco grupos de autoajuda e não conseguiu ficar mais do que alguns dias longe de um copo. Hoje em tratamento psiquiátrico, está há oito meses sem beber. "Identificar se algum transtorno levou o indivíduo à dependência é fundamental no tratamento do alcoolismo", diz um dos autores do estudo do Proad, o psiquiatra Mauro Terra, do Centro de Estudos José de Barros Falcão.
O psicólogo americano William Richard Miller, professor aposentado de psicologia e psiquiatria da Universidade do Novo México, analisou uma série de pesquisas sobre a eficácia do AA, algumas apontando taxas de recuperação de até 81%. Chegou à conclusão de que muitas delas apresentavam resultados inflados, por causa de erros metodológicos. Em compensação, obteve um dado animador. Descobriu que a participação assídua em grupos de autoajuda faz crescer em até 10% a chance de abstinência no caso de um dependente de álcool que já esteja em tratamento psiquiátrico.
Criado em 1935 nos Estados Unidos, o modelo dos Alcoólicos Anônimos parte do princípio de que só um alcoólatra pode ajudar outro - o que ocorreria por meio do apoio mútuo, do compartilhamento de experiências e do compromisso de seguir os doze passos, conjunto de princípios que forma a base metodológica do AA (o primeiro passo prega a admissão da impotência do doente diante do álcool e o segundo invoca a crença de que a sua recuperação depende de um poder superior). O método é hoje seguido por 2 milhões de pessoas em mais de 160 países. No Brasil, existem em torno de 6.000 grupos de Alcoólicos Anônimos, que, segundo a entidade, reúnem 110 000 membros - aqueles que comparecem ao menos uma vez por semana às sessões ou participam dos encontros on-line.
Foto: Pedro Rubens
ALÉM DO ALCOOLISMO
Com depressão e TOC, Eduardo, dependente de álcool, tentou cinco grupos de autoajuda antes de recorrer ao psiquiatra
Embora admita que o AA tem limitações, o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, coordenador do Grupo de Estudos de Álcool e Drogas da Universidade de São Paulo, afirma que não se pode desprezar a sua relevância, sobretudo para "os que não podem arcar com os custos de um tratamento médico e aqueles que possuem algum tipo de crença espiritual". Tanto isso é verdade que os doze passos hoje já não são usados exclusivamente pelos grupos de autoajuda. "Muitas clínicas de recuperação de dependentes de álcool adotam a cartilha", diz o psiquiatra Marcelo Niel, do Proad. O coordenador do grupo, Dartiu Xavier da Silveira, chama atenção, no entanto, para o fato de que a combinação de dois fatores - remédios e psicoterapia - é um dos caminhos comprovadamente mais bem-sucedidos até hoje na reabilitação de alcoólatras. A taxa de abstinência, nesse caso, chega a 36%, contra a de 9% obtida por indivíduos que apenas recorrem aos grupos de autoajuda. Força de vontade e palavras de apoio são essenciais, mas a estrada rumo à sobriedade requer mais do que doze passos.

Artigo retirado da Revista Veja, para ver o artigo completo, clique aqui.



15 comentários:

  1. Realmente as reuniões dos AAs são muito deprimentes. Depende do Coordenador do Grupo torná-la mas agradável e produtiva. Pena que a maioria deles tb. sofre de depressão e não consegue fazer melhor...

    ResponderExcluir
  2. Quanto à reunião debates das segundas-feiras, também às 19h00, é dedicada ao programa sugerido a todo e qualquer candidato à recuperação: os Doze Passos. Aqui esmiuçamos ideias, intenções, comportamentos, esclarecimentos e experiências, como proceder na materialização em nossas vidas a proposta de recuperação de A.A. Desmistificando a impossibilidade de sua prática ou a falsa ideia de que seja algo só para santos, e sim um método para indivíduos desejosos por maturidade e consciência, através de muito esforço e trabalho pessoal. http://jornalhajafigado.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  3. O Grupo de A.A.... Onde tudo começa! Reuniões de debates, já!

    ResponderExcluir
  4. Vai acontecer 1-coloque a mão em sua boca 2-faça um desejo em sua mão 3-coloque sua mão em seu coração durante 5 segundos 4-coloque esse comentário em mais 3 espaços virtuais 5-amanhã terá o melhor dia de sua vida é só fazer acontece mesmo

    ResponderExcluir
  5. É bom ouvir histórias iguais a minha e saber que as pessoas estão superando a doença.

    ResponderExcluir
  6. ACREDITEM CHEGUEI AO FUNDO DO POÇO E AQUI É CHEIO DE SAPINHOS... PERDI CASA.. MULHER HOJE SOU APENAS O DEJETO DO QUE JÁ FUI A ALGUM DIA, NADA ME ANIMA, CLAMO PELA MORTE TODOS OS DIAS, ESTOU TRISTE E INFELIZ. JÁ TENTEI DE TUDO, TIRA ALCOOL, A.A. IGREJA, JESUS, BUDA, KRISHNA UMA FORÇA SUPERIOR E ATÉ HOJE NADA ENCONTREI PARA REVERTER TAL SITUAÇÃO. ENQUANTO NAO ENCONTRO ESSA FORÇA CONTINUO BEBENDO CADA VEZ MAIS E MAIS SE ESTOU VIVO ATÉ HOJE DEVE SER POR PIEDADE... ME SINTO TOTALMENTE DESESPERANÇADO E ME SINTO MUITOO MAL MESMO.

    ResponderExcluir
  7. ACREDITEM CHEGUEI AO FUNDO DO POÇO E AQUI É CHEIO DE SAPINHOS... PERDI CASA.. MULHER HOJE SOU APENAS O DEJETO DO QUE JÁ FUI A ALGUM DIA, NADA ME ANIMA, CLAMO PELA MORTE TODOS OS DIAS, ESTOU TRISTE E INFELIZ. JÁ TENTEI DE TUDO, TIRA ALCOOL, A.A. IGREJA, JESUS, BUDA, KRISHNA UMA FORÇA SUPERIOR E ATÉ HOJE NADA ENCONTREI PARA REVERTER TAL SITUAÇÃO. ENQUANTO NAO ENCONTRO ESSA FORÇA CONTINUO BEBENDO CADA VEZ MAIS E MAIS SE ESTOU VIVO ATÉ HOJE DEVE SER POR PIEDADE... ME SINTO TOTALMENTE DESESPERANÇADO E ME SINTO MUITOO MAL MESMO.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O FIM DO MEU VICIO:ALCOOLISMO

      COMO EX-ALCOOLATRA TENHO A OBRIGAÇÃO DE DAR O MEU TESTEMUNHO EM RELAÇÃO A DEPENDENCIA QUIMICA...
      Dr.Neurologista Sergio Martins

      Disponivel para dar explicações do funcionamento bioquímico do BACLOFENO no cerebro

      http://curadoalcool.blogspot.com.br
      ou loja virtual de livros:
      auxiliaradvogado.loja2.com.br

      "O fim do meu vício" é o nome do livro escrito pelo Dr. Oliver Ameisen, Cardiologista Francês. O livro conta a história do médico que trabalhava em um dos mais respeitados hospitais universitários dos Estados Unidos, atendia pacientes famosos em seu consultório em Manhattan e tinha uma bela namorada. Ninguém imaginava que era alcoólico. Mas quando Oliver perdeu o controle sobre a bebida, perdeu também o controle de sua vida. Entre as internações em centros de desintoxicação, as reuniões dos Alcoólicos Anônimos e as inevitáveis fases da bebedeira, Oliver travava uma batalha diária contra o preconceito, o medo e o desejo de beber. Mas nunca abandonou a esperança de que um dia encontrassem uma cura para o alcoolismo. Em 2000, ele ouviu falar de um remédio que poderia salvá-lo Dois anos depois, se fez de cobaia e curou o seu vício. Desde então Dr. Oliver é comupletamente indiferente ao álcool. Este é o emocionante relato de sua luta e de sua vitória.

      ... leia um trecho do livro -

      Livrar-se do vício do álcool é um desafio para milhões de pessoas em todo o mundo. Para um homem em particular, o médico francês Oliver Ameisen, a busca para vencer essa dura batalha foi vencida com uma descoberta : a de que a doença pode ser combatida e tratada com um medicamendo que já existe há mais de 40 anos no mercado: o Bacoflen, comercializado também como medicamento especial para o cerebro. Sim, um remédio receitado como relaxante muscular pode ajudar as pessoas a deixarem de ser alcoólatras e voltar a beber socialmente, segundo o dr Ameisen.
      Sua própria experiência com o vício e sua luta para convencer médicos e dependentes a optar pelo medicamento fez o doutor Amesen tomar uma decisão difícil: a de escrever um livro e expor sua vivência.

      Eu comecei a tomar o remédio Bacoflen que permite o uso controlado do álcool, tornando assim o consumidor um bebedor social como qualquer outro

      Como ele chegou a essa descoberta?

      O caminho foi longo e doloroso. Logo no começo do livro, o Dr. Ameisen descreve o momento em que ele decidiu enfrentar o vício pra valer. A cena, que aconteceu no ano 2000, ficou gravada na sua memória: ele estava em um táxi em Nova York com o sangue escorrendo na testa, sem sequer se lembrar do que havia acontecido: uma queda no meio-fio e um corte profundo que o levaram ao pronto-socorro. Mas como um cardiologista famoso na França e instalado há mais de 20 anos em Nova York como professor associado de medicina e cardiologia no New York Presbyterian Hospital, bem sucedido profissionalmente e financeiramente estava sendo derrotado pelo álcool? " Tinha cerca de 30 anos e era convidado a várias saídas com amigos. Não me sentia à vontade, era muito tímido e tinha dificuldade de fazer contato com as pessoas. Mas, assim que eu tomava um copo de uísque, aliás eu detestava o gosto, eu me liberava, fazia amizades... o álcool me ajudou muito", conta. "O problema foi que, aos poucos, eu não precisava mais de um copo para controlar meu mal estar. Precisava de dois, depois três, cinco. Pouco a pouco eu me tornei dependente. Quando eu tentei parar, percebi que não podia mais ... já não era mais socialmente ."

      ¤ Temos o livro na livraria conveniada.
      'O FIM DO MEU VICIO"
      Dr. Olivier Ameisen
      Páginas: 240
      Quanto custa: de R$ 48,00 por R$ 35,00.

      * Temos o medicamento na Farmacia de Manipulação conveniada PHAFARCUS:
      ***Liberado pela ANVISA
      ***Não necessita de receita medica

      BACLOFENO 10mg com 20 compridos para venda: R$ 25,00

      Excluir
  8. Renato Melo vai conseguir deixar a bebida certamente, seja confiante.

    ResponderExcluir
  9. Se recuperar de uma doença tão séria como o alcoolismo, que afeta família, amigos, todas as pessoas próximas além do próprio alcoolátra, é muito difícil, especialmente sozinho. Por isso é importante buscar apoio e ajuda profissional.
    http://grupodereabilitacao.com.br/

    ResponderExcluir
  10. A Farmácia Anna Terra conta com uma estrutura de 5 laboratórios que atendem integralmente às legislações sanitárias vigentes, incluíndo laboratórios exclusivos para manipulação de hormônios e antibióticos. Além disso, a Farmácia Anna terra possui procedimentos operacionais padrão (POP) em todos os departamentos.

    Nossos fornecedores e parceiros de matérias-primas e insumos farmacêuticos são qualificados periódicamente, garantidno assim a procedência dos produtos utilizados na manipulação do seu medicamento. Contamos com uma LOJA VIRTUAL especificamente para atender ás necessidades de todos os nossos clientes, localizada em Santa Bárbara D Oeste.

    Conheça a Anna Terra: http://www.anaterrashop.com/

    ResponderExcluir
  11. É importante que cada dependente procure um procedimento de reabilitação que se encaixe com seu perfil, nunca desistir da recuperação e contar com a ajuda da família.
    http://grupodereabilitacao.com.br/

    ResponderExcluir
  12. Muito bom seu artigo. Parabéns! Se puder deixar com que eu complemente um pouco... http://blog.viversemdroga.com.br/clinica-de-alcoolismo-entenda-como-funciona-o-tratamento/

    ResponderExcluir
  13. Muito Bom seu artigo o Instituto Viver Sem drogas também ajuda pessoas a se livrarem do vício do álcool e das drogas: http://www.viversemdroga.com.br/index.php

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...