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20/02/2013

Óxi e seus efeitos devastadores


Seis efeitos devastadores do óxi

Droga leva pasta base de cocaína, cal virgem e querosene em sua composição


Alline Menegueti
Pedras de óxi na Polícia Federal de Rio Branco, no Acre (Regiclay Alves Saady )

O óxi, nova droga que está se espalhando pelo Brasil, é ainda mais nociva que o crack. Por sua aparência amarronzada, já foi definida como ‘rapadura do diabo’. Sua composição, que leva cal virgem e até querosene, dá uma ideia do poder devastador e tóxico que possui.
"Ainda não deu tempo de avaliar o real efeito nocivo da droga, contudo, sabe-se que é intenso", diz o psiquiatra Thiago Fidalgo, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes do Departamento de Psiquiatria (PROAD) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e do Ambulatório de Dependência Química do Hospital AC Camargo.
Especialistas acreditam que a devastação se inicia um minuto após o consumo. Internamente, a droga devasta o sistema nervoso central, o coração, o pulmão e o fígado. O menor dano causado no dependente é o envelhecimento precoce causado pela perda de colágeno.
"Suas substâncias químicas causam mais dependência com um custo relativamente inferior”, diz Fidalgo, referindo-se ao valor da pedra do óxi, menor que a do crack. A dependência, porém, cobra caro do organismo, causando danos muitas vezes irreversíveis, como problemas cognitivos e até morte súbita.
A droga é responsável pela ativação excessiva do sistema nervoso central, o que provoca morte de neurônios. Com o decorrer do consumo, a droga altera as funções psicomotora e cognitiva, causando perda contínua de memória, problemas de concentração, irritação e insônia, além do risco de desencadear transtornos psiquiátricos em pessoas com predisposição.
O uso contínuo da droga pode levar a uma perda de sensibilidade dos neurônios à dopamina— importante neurotransmissor no cérebro responsável, entre outras coisas, pela sensação de prazer. A ação da droga no cérebro faz com que a dopamina se esgote, causando os sintomas depressivos após o uso do óxi.
O risco de AVC (acidente vascular cerebral) é grande entre os dependentes, já que a droga provoca aumento da pressão arterial e diminuição do fluxo sanguíneo cerebral.
A aceleração cardíaca constante, gerada pela droga, aumenta a frequência respiratória e cardíaca, resultando no desgaste do coração. Os vasos sanguíneos também sofrem com o efeito corrosivo. Com o coração trabalhando de forma mais intesa e com menos fluxo de sangue, o resultado pode ser um infarto ou mesmo morte súbita. A combinação explosiva entre cocaína fumada e querosene intensifica a toxicidade da droga e aumenta o risco da morte súbita.
Aqui, tudo começa pela boca, mas as lesões causadas pelo calor e pelos componentes químicos tóxicos da fumaça do óxi se estendem por todo o sistema respiratório e podem levar, inclusive, à indução de tumores cancerosos.
A fumaça corrosiva leva à destruição do tecido pulmonar. Além disso, as repetidas lesões causadas pelas substâncias químicas deixam as portas abertas para eventuais infecções, aumentando o risco de pneumonia ou mesmo tuberculose.
Artigo retirado da revista Veja, para acessar, clique aqui.

Um comentário:

  1. Parabens pela apresentacao Thiago,clara e objetiva!O trabalho sobre droga e sexualidade e muito bacana e deve ser usado se ja nao e para campanhas de prevencao!

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